Nesta breve  reflexão sobre a história da arquitetura e a atualidade, quero enfatizar apenas uma pequena fatia daquilo que é a arquitetura, a fim de refletir sobre a essência em projetar nos tempos atuais.

Para isso irei leva-lo a uma viagem para mais de 60 anos atrás e levantar tópicos que arquitetos daquele tempo valorizavam e que atualmente poucos se dão conta da importância.

Primeiramente percebemos que para a execução de um projeto de qualquer prédio, o arquiteto necessitava analisar todo o contexto do local da construção.

Bem como as residências ao redor, as pessoas que ali frequentavam, a história da cidade, os problemas que possuía, a cultura, economia e até mesmo a política.

Ou seja, antes de qualquer rabisco no papel, o arquiteto estudava uma série de fatores.

Logo, todo profissional arquiteto precisava explorar o externo além do interno. Essência essa que ao longo dos anos vem se perdendo!

Além disso temos a tendência em acreditar que quem faz a cidade é a economia e a política e não enxergamos que ao mesmo tempo, a cidade também é o resultado das culturas e a estética da arquitetura. “A qualidade arquitetural da cidade não pode ser entendida apenas pela realização de edifícios, e não basta ao arquiteto a competência na realização das construções.

A sua eficácia reside justamente na capacidade de entender e confrontar-se com os problemas do planejamento através do desenho urbano.” disse o arquiteto e mestre José R. Garcia Lamas.

Portanto, todo projeto desenvolvido é uma grande oportunidade para contribuir no avanço da sociedade.

Porque a arquitetura tem o poder em reforçar a experiência existencial, a nossa sensação de pertencer ao mundo e reforçar a identidade pessoal!

Porém, ao passo que os anos foram passando e a evolução foi chegando, percebemos um declínio nas obras arquitetônicas onde a sua principal função passou a ser impressionar, ganhando foco total apenas na estética.

Como resultado, a arquitetura está ficando conhecida como uma arquitetura sem proposito e o pior de tudo, deixando de lado o ser humano que ali irá habitar!

Estamos na era onde a maioria dos arquitetos veem a arquitetura como um modo de auto expressão, enfraquecendo nossa capacidade de empatia, compaixão e participação no mundo.

Ao lado vemos o exemplo da Casa da Cascata, o autor do livro “O Corpo Fala” cita a experiência que obtemos quando estamos na casa.

Se reparar todos os nossos sentidos são aguçados, sentimos o aroma, as texturas, vemos a paisagem da floresta e das cores e também podemos ouvir o som do rio!

Combinação perfeita para viver experiências!

Para finalizar, encerro este breve texto mais convicta de que a arquitetura não é uma profissão de luxo como muitos dizem.

Pelo contrário, a arquitetura bem utilizada pode mudar vidas, proporcionar experiências as pessoas e essas experiências trarão convicções as pessoas de que elas pertencem a algo nesse mundo!

Exemplo clássico de obras de arquitetura que vivenciando juntos tanto o externo quanto o interno da casa, geram experiências que enriquecem nossas vidas.

Segue algumas imagens: